Formação

02 de Outubro de 2015

Homilia: 27º Domingo do Tempo Comum

É interessante ver como ontem e hoje o povo se pergunta sobre a indissolubilidade do matrimônio. Os fariseus fizeram a pergunta a Deus para pô-lo à prova. E os homens de hoje, qual a dúvida? Infelizmente, na sociedade atual se tem relativizado a importância da indissolubilidade do matrimônio, nesta sociedade descartável, efêmera, que não tem compromisso nenhum, percebe-se na unidade do vínculo matrimonial um peso.

A resposta de Deus é categórica: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. Jesus disse: “foi pela dureza de vosso coração” e argumenta: “no entanto desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher”, e colocou uma exigência: “por isso o homem deixara seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne”. “Portanto o que Deus uniu, o homem não o separe”. Aqui está a essência da unidade do matrimonio cristão.

A primeira leitura, tirada do livro do Gênesis, vem reforçar o argumento de Deus. Narra a criação do primeiro casal, “ao principio da criação, Deus criou homem e mulher, deixarão seus pais unir-se-ão até serem a mesma carne.” É afirmar a unidade irrompível e permanente do matrimônio.  É a maneira cristã de conceber o matrimônio.

Tanto é adúltera a mulher com respeito ao marido, como o homem, pois: homem e mulher estão no mesmo plano, no que se refere a seu dever de fidelidade.

Encontramos na primeira leitura a narração da criação da mulher. É interessante como o autor sagrado fala: “o homem deu a todos os animais o nome próprio, depois não encontra nenhum semelhante a ele, que pudesse fazer-lhe companheira”. Então Deus toma a iniciativa: “Faz cair um sono profundo sobre Adão, quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois da costela tirada de Adão, o Senhor formou a mulher e conduziu a Adão”.

O entusiasmo deste é grande: “Desta vez sim, é osso de meus ossos e carne da minha carne!” Será chamada “mulher”, porque foi tirada do “homem”. A frase na nossa língua não é tão significativa como no hebraico: o homem é ish e o feminino que será mulher é ishah. Mulher é o feminino de homem. Há uma verdadeira unidade, que não pode se pensar em rompê-la. 

Há uma segunda parte do Evangelho: de novo Jesus utiliza uma criança para sublimar como devemos receber o evangelho: “acolher”, a criança aceita facilmente e com generosidade o que se lhe dá. Por isso, no Reino dos Céus, os que são como crianças, capazes de acolher um dom, entrarão no lugar que Deus tem para seus irmãos, é o que vemos na 2° leitura.

Deus sofreu até a morte, mas esse sofrimento foi conveniente para que os filhos de Deus pudessem entrar no céu, santificar e conduzir até o céu aqueles que como ele descendem do Pai. Por isso os chama de irmãos.

Queridos irmãos, que as leituras desde domingo renovem nossa fé no matrimônio uno e indissolúvel como Deus o pensou desde a criação, e saibamos fazer frente a todos os inimigos que se levantem contra a instituição “família”. A força dela está nesta estabilidade que vem da unidade e da indissolubilidade. 

Acolhamos com simplicidade e abertura o chamado ao reino dos céus, como crianças e como comunidade de irmãos a alcançar a “glória eterna”. Amém.

Peçamos pelo êxito do sínodo que começa hoje em Roma sobre a família.

Pe. Oscar Duque Estrada. PSS.

 

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4 comentários

  • JOSÉ PEDRO 13 de Dezembro de 2016

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  • Pe. Uyrajá Lucas Mota Diniz 03 de Outubro de 2015

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