História

           A cidade de Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960 como a nova capital da República Federativa do Brasil. Com ela, nascia também a Arquidiocese de Brasília, confiada aos cuidados pastorais de Dom José Newton de Almeida Baptista, o qual já havia sido bispo de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul (1944), e arcebispo de Diamantina, em Minas Gerais (1954).

          A ideia da construção de um seminário na nova capital apareceu, em primeiro lugar, na bula de criação da Arquidiocese de Brasília "Quandoquidem nullum" (16 de janeiro de 1960), do Papa João XXIII, que indicava a grave obrigação de edificar, ao menos, um seminário menor. Depois, o primeiro Arcebispo de Brasília, no seu discurso de posse (21 de abril de 1960), colocava a construção do seminário entre as suas primeiras metas pastorais.

          Em 12 de outubro de 1960, seis meses após a inauguração da Arquidiocese, foi lançada a pedra fundamental do Seminário Arquidiocesano. Nessa ocasião, Dom José Newton afirmou que esse seminário constituiria a "fonte de vida da Arquidiocese de Brasília". Inaugurado parcialmente em 1º de março de 1962, esse Seminário Menor, confiado à direção dos padres lazaristas, depois de funcionar durante alguns anos, teve de ser fechado.

          Desde então, Dom Newton passou a buscar uma solução para a questão vocacional da jovem Arquidiocese. Em 26 de agosto de 1973, o Papa Paulo VI dirigiu uma carta ao Superior Geral dos Padres de São Sulpício, Pe. Constant Bouchaud, manifestando confiança e reconhecimento pelo serviço prestado por essa Companhia à Igreja no campo da formação dos futuros sacerdotes. Lendo essa carta, publicada no "L' Osservatore Romano", Dom Newton pensou em convidar os Padres Sulpicianos para dirigir o tão almejado Seminário Maior de Brasília. Para tanto, escreveu ao Núncio Apostólico no Brasil, Dom Carmine Rocco, apresentando-lhe toda a situação e a possibilidade de solicitar a cooperação da Companhia de São Sulpício.

          Assim, Dom Rocco entrou em contato com o Pe. Bouchaud, pedindo-lhe oficialmente, por uma carta (18 de abril de l974), que providenciasse a fundação e a direção do Seminário Maior de Brasília. Com prontidão, já nos dias 24 a 30 de setembro, o Pe. Roland Dorris, Superior Provincial dos Sulpicianos do Canadá, junto com o Pe. Rodrigo Arrango, Reitor do Seminário Maior de Bogotá, faz uma visita a Brasília, para tratar dos projetos de fundação do novo seminário. A fundação fica definitivamente aprovada por uma carta do Arcebispo de Brasília, em 30 de junho de 1975.

Em 05 de agosto, Dom José Newton envia uma carta circular a várias dioceses do Brasil, oferecendo-lhes o novo Seminário de Brasília para a formação dos seus futuros sacerdotes. Assim ele se expressava nessa carta: "Venho oferecer a Vossa Excelência nosso Seminário Maior, isto é, o seu Primeiro Ano de Filosofia, a iniciar-se em março de 76. Em 1977, teremos também o Segundo Ano de Filosofia, e assim por diante, até completar o curso dos três anos de filosofia e quatro de teologia... Sentimo-nos felizes por ter obtido da Sociedade de São Sulpício, Província do Canadá, a direção e, pois, a formação de nossos futuros sacerdotes... O sistema sulpiciano tem a vantagem de larga e exclusiva experiência e beneficia-se de criteriosa atualização de seus métodos".

          Em 10 de fevereiro, chegam dois padres sulpicianos: o pe. Rodrigo Arrango Velásquez, PSS, que seria o primeiro Reitor do Seminário de Brasília, e o pe. Telesfóro Gagnon, PSS. Além desses, um padre de Brasília, monsenhor Damasceno Assis, atual Arcebispo de Aparecida, junta-se à equipe de formadores do seminário. Finalmente, no dia 08 de março de 1976, chegaram os primeiros oito alunos.

          A inauguração oficial se deu na Solenidade da Anunciação do Senhor, em 25 de março de 1976. Nessa data, o padre Reitor afirmava: "O nosso programa de orientação pode resumir-se em uma frase: fidelidade à Igreja. Em matéria de pedagogia sacerdotal, a Igreja possui diretrizes de formação definidas, experimentadas e atualizadas. Não vamos inventar o que é um Seminário Maior".

          O pedido expresso pelo Sínodo foi plenamente recebido pelo Santo Padre que, no n. 62 da Exortação apostólica pós-sinodal Pastores dabo vobis, convidou a Congregação para a Educação Católica a recolher “todas as informações sobre as experiências feitas ou que se estão a fazer” acerca do período propedêutico e a comunicá-las depois às Conferências Episcopais. Sendo a praxe existente nos diferentes países muito diferenciada, a Exortação, no mesmo número 62, sugeria ser necessário limitar-se só a uma fase de estudo e de experimentação, para poder definir de maneira mais conveniente e significativa os diversos elementos de tal período, que, aliás, deve ser coordenado com os anos sucessivos da formação no seminário.

          Na nova Ratio do Brasil foi traçado um programa para unificar as iniciativas neste sector. Prescreve-se um período propedêutico concebido como uma « instituição autônoma, distinta e coordenada com outras etapas de formação ». Trata-se dum curso com uma residência própria, com uma programação específica, que deve ter uma duração não inferior a um ano e ser realizado depois da conclusão dos estudos secundários sob a direção de formadores bem escolhidos.

          A sua obrigatoriedade estende-se também aos alunos provenientes dos seminários menores e dos grupos vocacionais. Entre os seus principais objetivos, mencionam-se os seguintes: discernimento vocacional, amadurecimento humano-afetivo, formação espiritual com uma experiência viva de Deus alimentada com leituras bíblicas, com a oração e a liturgia. 

          O curso visa, além disso, completar a formação intelectual, a iniciação à vida comunitária e uma compreensão mais aprofundada da Igreja, do sacerdócio e do ministério presbiteral. Para cada uma das principais dimensões formativas (humana, espiritual, acadêmica e pastoral) são dadas orientações detalhadas.

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