Os seminários católicos, destinados a formar os futuros pastores da Igreja de Jesus Cristo, surgiram por ordem do Decreto Cum adolescentium Aetas do Concílio de Trento, aos 15 de julho de 1563, que exigia a criação de estruturas adequadas para formar os jovens destinados ao sacerdócio católico. Sem dúvida esta foi uma inspiração do Espírito Santo para uma concreta renovação da Igreja, que há mais de 450 anos ocupa um lugar vital na vida eclesial. Uma instituição que conta com a atenção dos pastores e o carinho, a oração e o sustento do povo de Deus.
Mas afinal, O que é um seminário Católico? Na sua raiz etimológica seminário trata-se de uma sementeira, neste caso específico, uma sementeira de vocações ao sacerdócio católico. Porém, para além da definição etimológica o Seminário é uma comunidade de discípulos de Jesus que se preparam para a configuração com o Senhor mediante a recepção do sacramento da Ordem.
Esta preparação, ou melhor formação, centra-se em quatro eixos, oriundos da Pastoris Dabo Vobis e reafirmados pelas Diretrizes para a formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (Doc. 110, n. 130), à saber: dimensão humana, dimensão espiritual, dimensão intelectual e dimensão pastoral-missionária. Assim estruturado o seminário, tem a pretensão e a missão de ser uma casa qual se procura formar o homem, o discípulo e o sacerdote.
O que vem de encontro às definições de seminário que nos são oferecidas pelo Cardeal Mercier: “O seminário é uma casa de retiro. O seminário é uma escola de formação”[1]. Como casa de retiro o seminário católico tem a audácia de ser um lugar no qual se formam homens para o silêncio, para a escuta, para a palavra, para o serviço, para o sacrifício, para a solidão, para a missão, para a convivência madura com os homens das mais distintas classes, idades ou formação cultural.
Eis o que é um seminário católico, uma casa de retiro e uma escola de formação, na qual o formador principal é o Senhor. O que faz do seminário não um lugar ou um tempo, mas um kairós. Isto mesmo, o seminário, se vivido com espírito de humildade, generosidade e ardor apostólico é um autêntico tempo de graça, que marca e acalenta a vida daqueles que se decidem a servir a Igreja de Jesus Cristo no ministério ordenado.
Pe. Hélio Cordeiro
[1] D.J. MERCIER, Aos meus seminaristas, Cultor de livros: São Paulo, 2014, p. 14.