“Por que sois, tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (Mc 4, 40)
A quem recorremos quando estamos aflitos, com medo, perseguidos, enfermos ou na tribulação? Se quando estamos bem precisamos de ajuda, de estar em comunhão com Deus e com os irmãos; quanto mais quando estamos envoltos em tempestades. Na aflição, no medo, na perseguição, na enfermidade, na tribulação Jesus Cristo é o nosso refúgio.
Quando estamos no meio da tempestade temos que suplicar ao Senhor para que venha ao nosso socorro. Como nos dá o exemplo o salmista: “Mas gritaram ao Senhor na aflição, e ele os libertou daquela angústia” (Sl 106, 28). O mesmo nos ensina os discípulos: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” (Mc 4, 38).
Não podemos recorrer a qualquer coisa diante da tribulação, da tempestade, da perseguição, da enfermidade. Somente o Senhor é nosso refúgio. Quantas pessoas que nestas circunstâncias se deixam arrastar por falsas religiões, pela macumba, Vale do amanhecer, fogueira santa, espiritismos, passes, ioga, orientalismos, trabalhos e tantas outras práticas estranhas e contrárias à fé cristã?! Tais realidades não libertam da tempestade, antes faz das pessoas escravas de ritos que, até podem trazer algum conforto psicológico, mas que afastam as pessoas da graça de Deus.
O Senhor não nos engana: “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem eu venci o mundo” (Jo 16, 33). Somente Nele e com Ele podemos vencer as tribulações, as ciladas do mundo e as provações da vida. Ao silenciar o mar e o vento, símbolos das forças cósmicas, Jesus revela aos discípulos que Ele tem poder sobre a natureza, sobre a criação. Também dá a conhecer aos discípulos que Ele não é indiferente ao nosso sofrimento, às nossas tribulações. Mas está sempre pronto para vir em nosso socorro.
Diante das tempestades e tribulações da vida podemos reagir de duas maneiras: com medo ou com fé. Porém, o medo não nos serve, na vida dos discípulos de Jesus o medo precisa ser substituído pela fé. Por isso o Senhor questiona aos discípulos: “Por que sois, tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (Mc 4, 40). Por qual destas duas vias temos conduzido a nossa vida na hora do sofrimento, da dificuldade, da enfermidade, das perdas?
Se deixarmo-nos conduzir pelo medo tornamo-nos presas fáceis das falsas doutrinas, das soluções enganosas, dos falsos profetas, dos curandeiros, dos charlatões. O medo, na hora da provação, pode ainda nos paralisar, nos tornar violentos, indiferentes ou isolados, bem como nos arrastar para o desespero.
Enquanto a fé nos sustenta em meio às tempestades de modo análogo à ancora que sustenta os navios atracados no porto, agitados pela força das ondas. A fé nos mantém confiantes e unidos a Deus e aos irmãos, mesmo nas circunstâncias mais difíceis da vida. A fé nos mantém na Luz (Cristo) que nos guia no meio da escuridão da noite.
O Senhor não cochila porque: “não dorme nem cochila o guarda de Israel” (Sl 121, 4). O Senhor é o guarda das nossas vidas, das nossas almas, somos seus, Ele nos resgatou com sua paixão, morte e ressurreição, confiemos no Senhor. Nenhum poder deste mundo tem capacidade de vencê-Lo, se estamos unidos a Ele pela fé, também não seremos vencidos por nenhum poder mundano; nem convencidos por doutrinas ou ideologias estranhas. Confiemo-nos no Senhor, somente Ele pode nos dar a calmaria e a paz de que tanto precisamos.
Se, porventura não temos fé ainda, procuremos encontra-la, sobretudo pela escuta da Palavra, que suscita e mantém a fé. Se temos fé rezemos com insistência: “Senhor, eu creio, mas aumenta a minha fé”. Se somos discípulos somos pessoas guiadas pela fé, não dominadas pelo medo.
Pe. Hélio Cordeiro