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27 de Novembro de 2021

Homilia: I Domingo do Advento

O ponto alto do desejo do céu é a celebração da Eucaristia

     Com a celebração de hoje assinalamos o início do tempo do advento. Tempo propício para estimular em nossos corações o ardente desejo de chegar ao reino celeste. Deus mesmo foi quem colocou este desejo em nosso coração. Por isso, vivemos na terra, mas nosso maior desejo é o céu, a salvação, a vida eterna é estar definitivamente com Cristo em sua glória.

    Que o desejo do céu em nós seja tão ardente ao ponto de anteciparmos a sua presença neste com as boas obras, na prática do bem, na verdade, na caridade, na fidelidade à Nosso Senhor Jesus Cristo, na comunhão com os irmãos, na vivência perseverante da fé.

    O ponto alto do desejo do céu é a celebração da Eucaristia, uma vez que ela é a realidade mais próxima do céu que podemos encontrar nesta terra. Na santa missa terra e céu se encontram, igreja peregrina, padecente e triunfante se unem num único ato de louvor e adoração a Deus. Como bem expressa os prefácios das orações eucarísticas: “Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando a uma só vós: Santo, Santo, Santo...”.

    Não é por acaso que a Eucaristia é o coração da vida cristã. Cada vez que celebramos a santa missa o Senhor vem ao nosso encontro, para o qual devemos estar bem dispostos e bem preparados. Se nos preparamos bem para participar da Santa Missa, estamos bem dispostos para a vinda gloriosa do Senhor. Pois, o mesmo Cristo que encontramos na Eucaristia é o que virá na sua glória no fim dos tempos. De modo que, quem não leva à sério a divina liturgia ou dela participa de qualquer jeito, sem se preparar interiormente e exteriormente, também não está se preparando como deve para o encontro definitivo com o Senhor.

    O modo como me preparo para participar da Eucaristia a cada domingo, revela o modo como tenho esperado a vida gloriosa do Senhor. Portanto, não permitamos que o nosso coração fique insensível diante de tão grande e salutar mistério. Não neguemos nem rejeitemos o Senhor que vem a nós na Eucaristia, no próximo, para que Ele também não nos negue no seu dia glorioso.

    Pode acontecer que nosso coração fique insensível diante da presença eucarística de Jesus. Pois como nos adverte o evangelho, os pecados tem poder de tornar insensível o coração diante de Deus, diante das necessidades do próximo. O pecado é como lepra, mata a sensibilidade da alma para as coisas de Deus, como esta mata a sensibilidade do corpo.

    Se nos afastamos da Eucaristia, ou se nos acostumamos a participar mal da santa missa, sem um exame de consciência sincero, sem a devida confissão, quando é preciso, vamos perdendo a sensibilidade do coração diante do que é santo, do que é sagrado. Vamos perdendo o desejo do céu. É preciso pôr-se de joelhos diante do Senhor na Eucaristia para podermos ficar de pé diante Dele nos seu dia glorioso.

    Assim nos exorta o evangelho: “ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21, 36). Que neste tempo do advento possamos renovar nosso desejo de Deus, do céu, da salvação. Que possamos intensificar a vigilância e a oração, afugentando da vida tudo que mata o desejo de Deus em nosso coração: a gula, a embriagues, as preocupações exageradas, as volúpias sexuais, a ambição. É o Senhor quem nos liberta de tudo isso, voltemos para Ele o nosso coração.

 

Pe. Hélio Cordeiro

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