Dimensões (1)
As dimensões da formação presbiteral correspondem "às exigências essenciais de identidade e missão dos presbíteros , ainda mais importante na atualidade, devendo ser definidas e integradas harmonicamente ao longo do processo formativo em um consistente projeto pessoal de vida" (cf. Doc. 93 CNBB, n. 246). O harmonioso conjunto das cinco dimensões, a saber: humano-afetiva, comunitária, espiritual, pastoral-missionária e intelectual; e a constante exercitação de todas elas nos vários momentos e expedientes do processo formativo garantem o estabelecimento de fundamentos sólidos e eficientes para a vida e missão dos presbíteros (PDV, n. 42; DAp, n. 319).
DIMENSÃO HUMANO-AFETIVA
A formação humano-afetiva dos seminaristas, fundamento de toda a formação sacerdotal (PDV, n. 123), revela a sua particular importância relativamente aos destinatários da sua missão: precisamente para que o seu ministério seja humanamente mais credível e aceitável, é necessário que ele modele a sua personalidade humana de modo a torná-la ponte e não obstáculo para os outros, no encontro com Jesus Cristo Redentor do homem; é preciso que, a exemplo de Jesus, que "sabia o que existe no interior de cada homem" (Jo 2, 25; cf. 8, 3-11), o sacerdote seja capaz de conhecer em profundidade a alma humana, intuir dificuldades e problemas, facilitar o encontro e o diálogo, obter confiança e colaboração, exprimir juízos serenos e objetivos (PDV, n. 43).
DIMENSÃO ESPIRITUAL
A formação espiritual deve ser "ministrada de tal modo que os seminaristas aprendam a viver em íntima comunhão e familiaridade com o Pai por meio do seu Filho Jesus Cristo no Espírito Santo. Destinados a configurar-se a Cristo Sacerdote por meio da ordenação, habituem-se também a viver intimamente unidos a Ele, como amigos, em toda a sua vida. Vivam o mistério pascal de Cristo, de modo a saberem um dia iniciar nele o povo que lhes será confiado. Sejam ensinados a procurar Cristo por meio da fiel meditação da Palavra de Deus; pela participação ativa nos mistérios sacrossantos da Igreja, sobretudo na Eucaristia, e na Liturgia das Horas; por meio do Bispo que os envia e dos homens a quem são enviados, especialmente os pobres, simples, doentes, pecadores e descrentes. Com confiança filial, amem e venerem a Santíssima Virgem Maria que foi entregue por Jesus moribundo na cruz, como Mãe, ao seu discípulo" (cf. Opt. tot., n. 8).
DIMENSÃO COMUNITÁRIA
Jesus chama seus apóstolos acima de tudo para que “ficassem com ele” (Mc 3,14). Na experiência da comunhão e convivência com os outros vocacionados, os discípulos missionários formam a família de Jesus e experimentam a sua intimidade (Mt 12,49; At 2,42). Somente a efetiva e profunda experiência de comunidade poderá formar o presbítero segundo o modelo deixado por Jesus (PDV, n. 60). O sentido da vida e da missão do presbítero é determinado pela qualidade e profundidade da sua experiência de comunhão (DAp, n. 278, n. 266). A vida comunitária coloca o formando diante de duas realidades fundamentais na vida do presbítero: a comunhão de fé com o bispo e com todo o presbitério; e a partilha da vida com o Povo de Deus, a quem deve estimar, acolher, servir e amar. (cf. Doc. 93 CNBB, n.267).
DIMENSÃO INTELECTUAL
A formação intelectual, embora possua a sua especificidade, liga-se profundamente com a formação humano-afetiva, espiritual e pastoral-missionária, a ponto de constituir uma sua expressão necessária: configura-se efetivamente como uma exigência irreprimível da inteligência pela qual o homem "participa da luz da inteligência de Deus" e procura adquirir uma sabedoria que, por sua vez, se abre e orienta para o conhecimento e a adesão a Deus (cf. PDV, n. 51; Doc. 93 CNBB, n. 300). No contexto da formação dos presbíteros, a atenção e o apreço pela dimensão intelectual é uma questão de fidelidade a Deus, fidelidade ao seu povo, fidelidade a si mesmo, e um modo singular de viver o discipulado. (cf. idem).
DIMENSÃO PASTORAL-MISSIONÁRIA
A formação pastoral-missionária, princípio unificador de todo o processo formativo, consiste na necessária qualificação específica para o ministério pastoral, sempre impregnado pela ação e condução do Espírito de Deus. (cf. Doc. 93 CNBB, n.300). A educação dos seminaristas deve tender para o objetivo de formar verdadeiros pastores de almas segundo o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo mestre, sacerdote e pastor. Por isso, aqueles sejam preparados: para o ministério da Palavra, para que a Palavra de Deus revelada seja por eles cada vez melhor entendida, apropriem-se dela pela meditação, e saibam comunicá-la por palavras e com a vida; para o ministério do culto e da santificação, para que pregando e celebrando as ações litúrgicas saibam exercitar a obra da salvação por meio do sacrifício eucarístico e dos sacramentos; para o ministério de pastores, para que saibam apresentar aos homens Cristo que 'não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de muitos' (Mc 10, 45; cf. Jo 13, 12-17) e para ganhar a muitos, fazendo-se servo de todos (cf. 1 Cor 9, 19) (cf. PDV, n.57).