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14 de Abril de 2018

Homilia - III Domingo Pascal

Leituras: At 3, 13-15.17-19/Sl 04/I Jo 2, 1-5

Evangelho: Lc 24, 35-48

 

          Jesus Ressuscitado concede aos seus discípulos um qualificativo exigente “Vós sereis minhas testemunhas” (Lc 24, 48). Mas antes de enviá-los ao mundo como testemunhas, Jesus Cristo lhes permite fazer uma experiência única e real com Ele ressuscitado “Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede!” (Lc 24, 39).

          A experiência de tocar o corpo do Ressuscitado, coloca os discípulos em contado direto com a ressurreição, pois podem contemplar a humanidade gloriosa de Jesus Cristo. E esta mesma glória que contemplam na humanidade do Senhor está prometida a todos os que se tornarem suas testemunhas. 

          Depois desta experiência não dá mais para ser apenas discípulo é preciso tornar-se testemunha. E ser testemunha é ser mártir, é ser capaz de sofrer com Cristo e por Cristo. É ser capaz de anunciar Cristo, não obstante as consequências que isto possa desencadear. 

          Há tantas maneiras de ser testemunha do Senhor em nossos dias. Quantas são as circunstâncias nas quais Jesus Cristo é negado, quantas são as oportunidades de testemunha-Lo. Testemunhamos Jesus Cristo quando defendemos a vida diante de uma sociedade que impõe a morte, a começar pela morte dos inocentes. 

          Testemunhamos Jesus Cristo quando acreditamos no poder da reconciliação e do perdão, em meio a um mundo profundamente marcado pela divisão e pelo ódio. Testemunhamos Jesus Cristo quando diante das contrariedades e cruzes não murmuramos contra Deus, mas encaramos com paciência as contrariedades. Testemunhamos Jesus Cristo quando optamos por um estilo de vida simples e austero, diante de um mundo avidamente consumista. 

         Jesus Cristo é ainda testemunhado naqueles que acreditam nos valores da família, entendida como “uma comunhão de vida entre um homem e uma mulher destinada ao bem dos cônjuges, à procriação e educação da prole”; pelo jovem que acredita na beleza da castidade, indo na contramão de um mundo marcado pela promiscuidade sexual. Por aqueles que fazem da Eucaristia o centro de suas vidas, diante de um mundo que completamente O ignora. 

          Como é belo ver uma família saindo de casa numa manhã ou numa tarde de domingo para ir encontrar-se com Cristo na Eucaristia. Esta é uma imagem simples, porém questionadora quando pensamos nas frivolidades que invadem nossas ruas e ocupam todo o tempo daqueles que vivem um mero fim de semana, inclusive muitos batizados.

          Por fim, ou somos Testemunhas e assim nos tornamos verdadeiros discípulos. Ou não somos testemunhas, e assim também não somos discípulos. Não há como dissociar testemunho e discipulado. Ou somos testemunhas ou não somos discípulos. “O que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo" (I Jo 1, 3). Se não testemunhamos Jesus Cristo o mundo não nos reconhecerá como seus discípulos. A vida de cada cristão precisa ser um lugar onde Jesus Cristo pode ser reconhecido. 

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos

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