A fé professada por Pedro, anunciada por Paulo, nos dá a vida eterna
Na Igreja os apóstolos sempre foram aqueles que conviveram com o Senhor, que conheceram e testemunharam para o mundo a força e poder da sua paixão, morte e ressurreição. Os apóstolos foram testemunhas constituídas, formadas e enviadas pelo próprio Senhor. Entre os quais se destacam as duas grandes colunas da Igreja: São Pedro, o pescador que foi feito apóstolo e São Paulo, o fariseu que se tornou o apóstolo das gentes para a glória de Cristo.
É belo ver no evangelho de hoje, o diálogo de Jesus com o apóstolo Pedro, no qual um diz quem é o outro. Pedro nos diz quem é Jesus: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 17). Jesus é o ungido das nações, Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ungido para anunciar a boa nova aos pobres e oprimidos.
Pedro, pela fé, professa que Jesus é o Filho do Deus vivo, no qual podemos nos tornar filhos adotivos de Deus. Ainda hoje toda a Igreja vive da profissão de fé de Pedro, como Ele, também temos que professar a fé: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 17), fora do qual não há salvação. É da Igreja que recebemos a fé, e somente em comunhão com ela, com o Pedro dos nossos tempos – Papa Francisco – podemos professar a mesma fé que o pescador da Galileia professou um dia.
Se por um lado Pedro nos diz quem é Jesus Cristo, é Cristo quem nos diz quem é Pedro e o que ele significa para toda a Igreja: “Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16, 18). Assim, o Senhor insere Pedro no mistério da sua Igreja de maneira inseparável. De modo que não é possível compreender a Igreja sem Pedro-Pedra, sobre o qual Cristo continua a edificar a sua Igreja ainda em nosso tempo.
É Pedro quem pastoreia a Igreja do Messias, do Filho do Deus vivo, mas é o Cristo quem continua a edifica-la. Tanto Pedro, quanto Paulo, apóstolos Senhor, servem a Igreja como pastores, mas foi, é e sempre será o Senhor quem a edifica, com seu Espírito, com sua graça, com sua Palavra, com seu corpo e com seu sangue.
Diante de mistério tão elevado, mesmo o fariseu zeloso deixou-se arrebatar ao ouvir do Senhor: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4). Saulo sabia muito bem que perseguia a Igreja, mas neste momento compreendeu que Jesus Cristo e sua Igreja não se separam. Compreendeu que perseguir a Igreja é perseguir o próprio Jesus Cristo. Por isso, constitui um grave absurdo o processo iniciado pela revolução protestante, acirrado pela modernidade e presente na cabeça de muitos crentes, que dizem aceitar a Jesus Cristo, mas desprezam ou mesmo perseguem a sua Igreja.
Esta é uma grande heresia dos tempos modernos, separar Jesus Cristo da sua Igreja. Jesus funda a Igreja sobre a herança de Israel e a confia aos seus apóstolos como pastores legítimos, entre os quais ocupa um lugar de destaque São Pedro, aquele que promove a comunhão na verdade e na mesma fé; e São Paulo, apóstolo das gentes, que está sempre a nos lembrar que o Evangelho precisa ser anunciado a todos os povos em tempo oportuno e inoportuno. Seja em tempo de paz ou de perseguição é preciso sustentar o combate da fé, para nos mantermos fiéis ao Senhor.
Por fim, Jesus Cristo funda e nos dá a Igreja, a Igreja por sua vez nos dá Jesus Cristo na Sua Palavra, na profissão da fé apostólica, nos seus sacramentos. Esta fé, professada por Pedro, anunciada por Paulo, acolhida por nós, com um coração humilde, nos dá a vida eterna.
Pe. Hélio Cordeiro